domingo, 6 de abril de 2008

O futuro do trabalho

Matéria publicada na revista ÉPOCA de 16/11/2007
O futuro do trabalho – Como lidar com a tecnologia, administrar empresas e construir carreiras num mundo totalmente globalizado. (Alexa Salomão, Amaury Segalla e Maria Laura Neves)

Para ter sucesso nesse novo mundo dos negócios é preciso ter espírito independente. O profissional globalizado não pode ter medo de mudar, pois é nesse tipo de profissional que as empresas apostam.
O maior símbolo do trabalho a qualquer hora é o BlackBerry, um telefone com agenda e ligação com a internet, o celular transforma o carro numa extensão do escritório. E, é claro que esse fim das fronteiras tem um preço na vida pessoal.
A questão tecnológica ilustra o conflito entre duas vertentes poderosas no futuro do trabalho. A primeira é a necessidade que as empresas têm de aproveitar ao máximo o potencial de seus funcionários. É isso que faz diferença entre liderança e obsolescência, num ambiente ultracompetitivo. A vertente oposta é que, para preservar esses talentos, as empresas têm de atender a suas demandas. E uma das demandas mais fortes, hoje, é a qualidade de vida. “O verdadeiro ímpeto para a transformação nos negócios virá de nossos próprios desejos inatos”, diz Thomas Malone, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e autor do livro O Futuro dos Empregos. “De metas não-econômicas, como liberdade, satisfação e realização pessoal.” Essa tendência é confirmada pela pesquisa A Empresa dos Sonhos, da consultoria paulista DM Recursos Humanos, especializada em recrutar jovens talentosos. Segundo Sofia Esteves, sócia da DM, o principal atributo de um emprego perfeito, de acordo com a maioria dos 18 mil universitários e recém-formados ouvidos pela pesquisa, foi oferecer qualidade de vida. “As pessoas estão estabelecendo uma nova relação com o trabalho”, diz Ursula Wetzel, do Instituto Coppead de Administração, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Trabalho não é só fonte de dinheiro. Deve também trazer felicidade, contribuir com a comunidade, respeitar o meio ambiente – enfim, fazer um mundo melhor.”

Análise Crítica:
A matéria mostra que, apesar da competitividade acirrada no mundo globalizado, onde os profissionais misturam a vida pessoal com a profissional, os mesmos profissionais estão muito mais exigentes quanto à qualidade de vida no trabalho. O profissional que ingressa no mundo dos negócios hoje está disposto a abrir mão dos horários de lazer, mas em contrapartida exige maior empenho das empresas em respeitar o meio ambiente e preservar a saúde.